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Palais des Congrès | Porte Maillot | Paris - França
de 26 a 30 de Abril de 2010
VII Congresso da Associação Mundial de Psicanálise
Semblantes e Sinthoma
VII Congresso da Associação Mundial de Psicanálise
 
Editorial - Pesquisas – Sinthôme
Éric Laurent
 

Duas boas novidades para nós que sofremos cronicamente de crises de tristeza ou de depressão, mais ou menos severa. Os alucinógenos estão retornando no conjunto dos tratamentos possíveis. Para testemunhar, esta semana em San Jose, na Califórnia, acontece o mais importante congresso sobre a «ciência psicodélica», em 40 anos. O retorno da psilocybina está muito enquadrado. Ele se faz numa política de ruptura com o espírito de 68. Para evitar as derrapagens de então, o retorno do cogumelo se faz sob as duas salvaguardas da ciência e da religião. Do lado da ciência, temos os ensaios rigorosos en double aveugle, a absorção sob Petscan e protocolos standard. Do lado da religião, destaca-se que os místicos atravessam experiências muito comparáveis às obtidas sob alucinógenos. A meditação, a yoga, permitem também sair de seu corpo e ultrapassar o fechamento do eu para atingir uma consciência "oceânica", teria dito Freud. Ciência e espiritualidade vêm assim se juntar em núpcias sempre bem vistas nos EUA. Elas se encontram abençoadas pelas imagens cerebrais que nos prova que o cérebro é câblé por esses experiências de união com o mundo. Deve haver aí uma vantagem evolutiva em alguma parte, embora o promotor dessa perspectiva sublinha com razão que "por outro lado, o amor universal não é sempre adaptado". De qualquer forma, um psicoterapeuta aposentado, atingido por um câncer maligno e deprimido pelos tratamentos dolorosos a que está submetido encontrou aí um conforto mais seguro que os habituais antidepressivos. Ele encontrou uma fórmula impressionante para esta experiência: "De repente, tudo o que era familiar começou a evaporar. Imagine que você cai de um barco no oceano, você retorna, o barco desapareceu. E depois a água desaparece. E depois você mesmo desaparece." É verdadeiramente o sentimento oceânico. Como a psilocybina é uma substância natural, não é certo que se leve muito longe os ensaios terapêuticos. Big Pharma não está muito interessado, somente as universidades estão.

A outra boa notícia é mais terra a terra. Ela é conhecida por uma dépêche bastante confusa da AFP. "Pesquisadores descobriram uma molécula que poderia ter um impacto sobre a gênese dos neurônios e cuja ausência poderia provocar estados de ansiedade e também depressão. A molécula, a MIF (Macrophage migration inhibitory factor) tem um "impacto (...) sobre o estado de ansiedade e/ou depressivos do rato que se pode perceber por uma mudança de comportamento", indicou a Escola politécnica federal de Lausanne (EPFL) em um comunicado. Uma equipe de pesquisadores dirigida pela responsável do laboratório de genética comportamental, Carmen Sandi, descobriu que sua ausência inibe a produção de genes e "gera um aumento de comportamentos ansiosos e depressivos".

A equipe espera desenvolver graças à molécula medicamentos contra a depressão, que atinge 121 milhões de pessoas no mundo segundo a Organização Mundial de Saúde. "Esta descoberta indica que a MIF é potencialmente significativa para o tratamento no déficit de gênese de neurônios, bem como os problemas ligados à ansiedade, à depressão ou a cognição", precisou a Sra. Sandi no comunicado.

O entusiasmo da Sra. Sandi para anunciar rapidamente a passagem dos resultados obtidos sobre a depressão do rato aos medicamentos para 121 milhões de humanos está bem no espírito da nova EPFL, toda imbuída da avaliação da rentabilidade das pesquisas realizadas. Um brûlot qui la vise, escrito por um físico Libero Zuppiroli sob o título "A bolha universitária. É preciso seguir o sonho americano?" causou um pequeno escândalo na confederação. É um sintoma a mais a adicionar em nossa clínica do pânico do discurso universitário pela avaliação e adoção de "boas práticas" da good governance. Do alucinógeno ao gene, ficamos alucinados e já Pierrette vê em pensamento o medicamento – pote de leite que fundará todo um departamento patrocinado pela Big Pharma.

Do nosso lado, é com entusiasmo que apresentamos pela primeira vez o programa do primeiro dia do congresso. É também um relatório das pesquisas.

Nesse primeiro dia de Aggiornamento do Passe, começamos de início pelo testemunho de quatro AE e três séries de intervenções que interrogam de maneira nova os semblantes do passe a partir do horizonte do sinthoma. Efeitos subjetivos de renovação garantidos. Amanhã o segundo dia.

* * *

Correspondência
Por Jesus Santiago

Ainda sob o impacto da sua interpretação do episódio Tiger Woods, me veio a questão concernente aos limites do uso da categoria de 'sinthoma'. Na leitura do 'Coisa de finesse', às vezes fica a impressão – a meu ver equivocada –, de que só podemos conceber o sinthoma como o que se depura como incurável no âmbito do trabalho de decifração sobre o Sinn do sintoma. Quando você se refere a 'sujeitos surpreendidos na precipatação de seu sinthoma', abre-se uma via fértil para um uso clínico, mais extensivo, do mesmo. Ou seja, o seu texto evidencia que com a ferramenta do 'sinthoma' estaremos de posse de um recurso que favorece o analista lidar com a proliferação atual da Bedeutung do sintoma.

Resposta
Sim, é o uso extensivo do sinthoma como "minha loucura" como o dizia LNA. EL __________________________________________

Programa de Segunda 26 de abril

Aggiornamento do Passe (1)
Presidente : Jacques-Alain Miller

Manhã
9h00 – 9h30
Abertura do Congresso
Judith Miller, Eric Laurent, Luis Solano

9h30 – 11h00
Testemunhos dos AE :
Angelina Harari (EBP)
Sergio Caretto (SLP)

11h00 – 11h30 : Pausa café

11h30 – 13h00
Sergio Passos Ribero de Campos (EBP)
Gustavo Stiglitz (EOL)

Tarde
14h30 – 15h30
La perspective du reste
Elogio de la sombra
Marcela Almanza (NEL)
Précarité de la fin de l’analyse
Clotilde Leguil (ECF)
De entrada, el horizonte del fin
Ricardo Nepomiachi (EOL)

15h30 – 16h30
La nouvelle alliance
Dar el paso interminablemente
Osvaldo Delgado (EOL)
Sortir du noir
Lieve Billiet (NLS)
Du mouvement comme nécessité
Philippe De Georges (ECF)

16h30 – 17h30
La passe et l’Ecole Une
S (A barré) et l’Ecole Une
Juan Carlos Indart (EOL)
De la souplesse pour la passe
Aurélie Pfauwadel (NV)

18h
Acolhimento dos Membros da AMP no Ministère des Affaires Etrangères (19h à 21h)

Tradução: Ruskaya Maia

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